domingo, 15 de fevereiro de 2009

O Kong de Paris!

Não! Não vou falar, neste meu segundo post do dia (não ha fome que não traga fartura), de macacos ou criaturas fantasticas da era do cinema a preto e branco, mais tarde duplicado, triplicado e varias vezes multiplicado em reposições cinematograficas e de series comico-dramaticas. Vou-vos falar do restaurante "Kong", um dos "que mais esta a dar" em Paris.

Ha cerca de 48 horas atras, que é como quem diz, ainda na 6a feira, dia 13 (...), tive mais uma visita em casa. Não, não foi da namorada (até poderia e deveria ser, dada a proximidade do dia de S. Valentim), mas sim da prima Lamivudina (nome que ela detesta, mas que se auto-intitulou...)!
Como mulher da moda que é, passou estas ultimas 3 semanas nos locais onde se faz a "ciência" da moda, e onde se pode encontrar os melhores trapos do mundo: nas feiras! Contudo, desenganem-se se julgam que são umas feiras quaiquer... Esteve uma semana em Veneza, depois Milão e, finalmente, Paris. Aproveitou a sua estadia por esta cidade onde me encontro, para me brindar com a sua companhia e boa disposição.
Assim, fomos os dois, bem como mais o amigo stentologo e a sua cara-metade anestesiologa (ambos em Paris a passar o fim-de-semana romantico mas perfeitamente ao acaso na roleta que são os 52 fins-de-semana que o ano tem) ao restaurante KONG. Passo, assim, a mais uma rubrica:

"O GUIA DAS ESTRELAS NERY PARA OS MORFES"

RESTAURANTE: Kong
ENDEREÇO: 1, Rue du Pont Neuf, 75001 Paris
AMBIENTE/ DECORAÇÃO: 4,7 - Tal como diz no site oficial do restaurante, é um "combate do moderno contra o classico". Aberto ao publico desde 2002, e com decoração do Philip Starck desde ha 4 anos, o restaurante ocupa o espaço do 5° e 6° andares (os 2 ultimos), do edificio KENZO, mesmo à frente da ponte mais velha de Paris, a Pont Neuf. A decoração é inspirada em temas orientais, sobretudo japoneses, fazendo recurso à imagem da Gueixa, e indo quase até aos "pokemons" dos nossos dias. No tecto do ultimo piso estä desenhada uma Gueixa (ver fotografia 1), e o tecto prolonga-se numa estrutura envidraçada que faz, concomitantemente, o papel de parede.



As mesas são simples, idênticas, alias, às do "Georges", mas com umas cadeiras de acrilico com uns desenhos de mulheres (ver fotografia 2).



No global, temos a descrição inicial do moderno e do classico, como podem comprovar na terceira fotografia (ja aquando da nossa saida e, portanto, com muito pouca gente ainda no piso de cima).



No 5° piso, uma animação. Tudo muito sofisticado e, atendendo aos vestidinhos das meninas, mais parecia estarmos no Verão, do que propriamente com 0°C no exterior. Tudo muito bem disposto, ja a dançar em cima das cadeiras. Parecia o verdadeiro local para "ver e ser visto"... Durante o jantar, nota negativa para a musica demasiadamente alta.

SERVIÇO PRESTADO/ ATENDIMENTO: 4,2 - Reservei de véspera e pedi para ficar no andar superior. So me deram a possibilidade de escolha entre as 20h e as 22:30h, pelo que escolhi a segunda. O "turnover" de clientes é impressionante, no sentido em que mal acabam de sair uns, sentam-se de imediato os seguintes. Contudo, lentos a servir. Marecia um 4, mas leva um 4,2 pelas mini-saias das meninas que serviam às mesas (bendita Mary Quant!).

COMIDA: 4,8 - Dou a mesma nota que dei ao Benoit, mas num estilo completamente distinto. Nota-se, na propria refeição, o estilo oriental aplicado à nouvelle cuisine française.
Assim, iniciei o meu repasto com uns "Ravioles de crevettes et crabe". Apesar de cada garfada corresponder a 3Euros, e, a totalidade do prato, a 6 garfadas, estava muito bom. Findas as 6 garfadas prossegui para o prato principal. Ora, estando eu numa de saudosismo do nosso Portugal, tradições e costumes, nomeadamente no que toca à gastronomia, pedi um bacalhau: "Black cod au miso". Realmente ha 1000 maneiras diferentes de cozinhar o dito bicho! Este, estava delicioso. Uma bela posta de bacalhau que na boca parecia seda, com um sabor agri-doce emprestado pelo molho que a cobria.
Terminei a refeição com uma "Transparence de menthe" que, sou franco, ficou um pouco além das expectativas. O que mais me acabou por agradar na sobremesa foi mesmo o bolo quentinho, tipo queque, que vinha a acompanhar a dita "transparência". O jantar foi "regado" por uma garrafa de vinho tinto "Château de beau-site" para os 4 convivas.

RELAÇÃO SERVIÇO/ PREÇO: 3,5 - Serviço nada de extraordinario e carote. Valeu pelo ambiente e qualidade da comida. O preço final por pessoa ficou por 63,25Euros.

Total:4,3. Neste momento, em 2° lugar do ranking de "O GUIA DAS ESTRELAS NERY PARA OS MORFES". Sem duvida um bom sitio para se ir, jovem, divertido, fashion e dinâmico, com a vantagem de se poder acabar de jantar, e ir para o piso de baixo ouvir uma musiquinha e "abanar o capacete". Valeu a pena o sitio, o jantar e, como não poderia deixar de ser, a companhia!

Entretanto, a prima ja voltou para o Porto, e eu fiquei. Vejo toda a gente a vir e a ir embora e eu vou ficando... A aturar a crise dos outros (provavelmente estão a par da crise que paira pelos hospitais franceses, que ja chegou à imprensa Lusa), não nos bastasse a nossa!

Bien à vous,
Fil

PS: Resta-me o consolo de que trabalho mais 6 dias (até sabado), e que voltarei a ter gente em casa...

5 comentários:

Anónimo disse...

E que bem me soube viajar neste fim de semana à capital da luz, e jantar na companhia do internista/hepatologo luso, pelos vistos bom "gourmand" ;)
De volta à capital do Midi, sede do foie-gras e da AIRBUS, carissimo, lembrei-me que ainda me restam 8,5 meses para "rentrer à Porto". Nisso, estás bem melhor do que eu. Não que me possa queixar, mas enfim. "Paris est Paris", e pelo menos podes, como poucos, usufruir do lado bom que é estar em França.

Abraço (quando vieres a Toulouse, avisa para marcar mesa na "Brasière" com a devida antecedência. Quanto mais não seja, esta nossa experiência servirá para publicar um livro sobre boa mesa)
À bientôt.

Anónimo disse...

Pobrezinho, pobrezinho, mas cada vez que vais ao restaurante é de 60euros para cima!! Muita hora extraordinária deves fazer por aí. Se fizeres dívidas, quando voltares podes sempre fazer aquele meu trabalho extraordinário...
Isto naõ é uma crítica, é pura inveja!Tomara eu de te poder visitar e ir comer umas moules e fazer o roteiro do chocolate.
Diverte-te e tira o maior partido do que essa cidade fantástica te dá. Vais ver que no futuro irás relembrar esse tempo como um dos melhores (apesar de todas as contrariedades. Mas, onde é que as não há?).
De qualquer das formas, já tenho saudades das nossas conversas, da risota, da má-língua...
Beijinhos

Anónimo disse...

Aí tens duas mensagens de grande sensatez e plenas de optimismo que servirão, certamente, para te insuflar o ânimo necessário para passares todos os dias das dez semanas (menos alguns dias - as contas fá-las tu...:)) que te restam por essas bandas. Se soubesses o que te espera quando regressares não estavas tão ansioso pelo fim dessa curtíssima estada. Carpe diem, tira o máximo prazer do presente porque, depois, e voltando ao regresso, precisas de confiar minimamente no amanhã (Carpe diem quam minimum credula postero); as boas disposições querem-se constantes para não nos azedarem o espírito e atrapalharem o futuro. Falo de cátedra... E, a propósito, não tens aproveitado para te tornares um requintado "gourmet"?! Pouco falta para chegares a "gourmand"...
Gros bisou et à bientôt.

P.S.: Lamivudina não é mesmo nada charmoso, nem foneticamente falando -:(

Filipe Nery disse...

Carissimo André! Mais 8 meses e meio... desejo-te sorte, mta sorte! Peço-te desculpa mas não vou desejar, qd chegar ao Porto, que o tempo passe rapido, até porque tenho saudades do bom tempo e do Verão! Esta combinado: "Brasière", la vamos nos!

Grande Chefe!
Que saudades dos nossos serões de 24 horas. Vou sair daqui com um traquejo "do caraças" a pôr cateteres onde quiseres: jugulares, SC, femorais, arteriais! As nossas urgências vão ser fenomenais! Contudo, se bem me recordo, estarei contigo a partir de Maio, ou não?! Seja como for, vê la se fazes o plano de rotação de urgências como so tu o sabes fazer!

La tante, concordo contigo: Lamivudina não é la uma grande palavra, mas a culpa não é minha, é de quem, inadvertidamente, a escolheu...

1/2 disse...

Acabada de aterrar no medíocre país à beira mar plantado, adorado por uns e odiado por outros( eu , por ex.) , não posso deixar de aqui publicar os meus mais sinceros e profundos agradecimentos , tanto à inesquecível companhia dos dias 13/14 e 15 de Fev. 2009, como ao meu infortuno nome( mea culpa? acho que não). Bem, tive a sorte de ir ao 2º "round" e lá tenho a foto!Adorável companhia e estadia, repetirei sim, logo que me for permitido. Mas meu Lindo vai mesmo aproveitando TUDO até ao tutano. Á la VIE!
Bjos