segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Adeus Portugal, bonjour Paris!

Caros leitores: cheguei a Paris!!!
Por onde começar o "relatório" do dia? Pela senhoria do meu estúdio? Pela proximidade da casa ao epicentro de Paris? Pelos preços mais baratos dos bens essenciais cá do que em Portugal? Pelo facto de poder falar para os telefones fixos de Portugal a custo zero?!
Bom, comecemos pelo início e, talvez, pelo "pré-início", que é como quem diz pela elaboração laboriosa de uma "valise" para 6 meses.
Ontem, como os meus amigos se aperceberam, foi o dia das visitas, e que foram muitas e boas, desde o início da tarde até à noite. Não me posso, de todo, queixar. É bom sentirmo-nos queridos de vez em quando! O facto é que a mala ficou para último lugar e, claro está, era uma hora da manhã e ainda a estava a fazer. Calças, calças e mais calças (pantalon, em franciú), chemises, chemises et encore des chemises (oh! meu Deus, estou a tornar-me num verdadeiro "avec")! Tudo isto seria fácil se não houvesse a imposição por parte das normas das companhias aéreas low cost relativamente ao peso da bagagem e, como devem imaginar, essas mesmas empresas ainda não criaram nenhuma excepção (não sei se o novo acordo ortográfico contempla o "p" antes do "ç") à regra relativamente a todos os seus clientes que se preparam para ficar 6 meses fora do país. Esses pobres coitados, ainda por cima, levam com a "coima" do excesso de peso. Contudo, não foi o meu caso. Os 16 kg de bagagem a ser despachada (mais 1 kg do que o previsto) e os 13 kg de bagagem de mão (sem contar com o computador portátil) - mais 3 Kg do que o previsto, não foram suficientes para chamar demasiado a atenção, e para pagar a respectiva (coima, claro está!).
Bom, deixemo-nos de paleio relativamente às malas, até porque tirei uma fotografia que a seu tempo a colocarei neste espaço e, como uma imagem vale mais do que mil palavras (e com o meu fraco poder de síntese, seriam bem mais de mil...) ...

Hoje de manhã acordei cedinho, desfiz a barba e tomei banho (queria causar boa impressão a este povo culto e, em particular, às autóctones...). Tinha o avião às 11:05, pelo que sair de casa às 9:00 daria mais do que tempo para chegar ao aeroporto, despachar as malas, tomar um café, passear-me pelas lojas do aeroporto, e embarcar. Contudo, meus amigos, desenganem-se! E sabem porquê?! Porque é impossível agendar seja o que for a tempo e horas no nosso Portugal. Pois é: estava um trânsito descomunal em direcção ao Freixo, Arrábida, e se mais pontes houvesse que dessem acesso directo à AE, também essas estariam entupidas. Ora, uma questão se coloca: porque raio de carga de água haverá este trânsito às 9:30 e às 10h, se não há acidentes que o justifiquem? Mas então a que raio de hora os nossos conterrâneos entram ao Serviço? Às 8:30 ou às 9h não é com toda a certeza e, como depois de chegarem ao trabalho (tarde!) ainda vão tomar o café... Aconselho vivamente a todos os ministros de todas as pastas a colocarem "dedómetros" nos vários postos de trabalho! (E lá estou eu a divagar... e ainda nem sequer chegámos a Paris, pois não?)

Agora é rápido: A viagem correu bem, assim como correu o transfer de Beauvais até Porte Maillot e de Porte Maillot até Rue de Turbigo nº30 ou, quem vier pelo outro lado, Rue St. Martin nº223. Como podem reparar, tenho acesso ao meu estúdio por 2 ruas diferentes, através de uma "Passage", de seu nome "Passage de l'Ancre", que é indiscritível: amanhã tirarei fotografias (se não chover) e deixarei disponíveis a todos os coscuvilheiros (perdão, a todos os leitores!)!
A minha senhoria é uma Madame, não uma dessas que por aí andam (suas mentes perversas), mas sim por ser casada (tanto quanto sei, o marido está na Àfrica do Sul...). Além do mais, é uma verdadeira parisiense: gira, sofisticada e, aparentemente, muito limpinha! Digo-vos: muito boa impressão, muito boa... impressão!
Foi impecável e, devo-vos dizer, que fala o francês muito bem!
O estúdio é excelente (perfeitamente proporcional ao preço de quase 3 salários mínimos de Portugal que pago por ele por mês) e, nestes 34 m2 cabe tudo! O mais extraordinário, meus amigos, é que estou em franca vantagem face a todos vocês: ligo para Portugal, para a rede fixa a custo zero. E vocês?!
Outra coisa extraordinária, é o Monoprix: um supermercado a 2 passos de casa, onde o preço dos bens essenciais é, no geral, mais barato do que no nosso país. Devo-vos recordar que estamos em Paris onde, por tradição, tudo era mais caro, é suposto ser mais caro e, quanto mais não seja só "pour la beauté du geste" deveria ser mais caro!

Caros leitores, não vos maço mais. Gostaria ainda de vos falar da posição estratégica e central do estúdio face à restante Paris, da livraria extraordinária que "la tante" me recomendou e de outras coisas, mas fica para uma próxima vez, em breve, muito breve...

Bien à vous,
Fil

2 comentários:

Unknown disse...

Que bom que Paris te recebeu bem! Aproveita muito, tudo, o possível, o inesperado, aproveita as saudades (que demoram um pouco a aparecer a sério, mas que te darão seguramente um porto seguro, uma sensação de pertença e um lugar de tranquilo regresso, a seu tempo, claro!...), aproveita os brioches, a luz, o Marrais, o Sena, o "melting pot" cultural, "O beijo" de Rodin no Museu próprio... Uh, lá-lá!!! Ah, e toma por mim um cappuccino no "Les Deux Margots", num dia frio de sol. Muitos beijinhos e até para a próxima, Pat

Manuela Costa disse...

Salud
Hoje é só para experimentar esta coisa dos comentários! Ontem já ouvi as novidades de viva voz!!!

PS: quem é a Patrícia que tão bem escreve?

Manela