terça-feira, 31 de março de 2009

Et donc, voilà: a rotina - que bem que sabe!

Caros leitores,

apos este desalinhamento astral que condicionou as adversidades na minha vida no decorrer da semana passada, das quais vos tive ao corrente, eis que chega o momento da bonança, com tudo a "entrar nos eixos" e, nomeadamente, na rotina diaria de: casa - hospital - casa.
Contudo, os dias estão maiores e o sol brilha. De manhã ainda faz algum frio (qualquer coisa como 3°C esta manhã), sendo que, no "après-midi" fica mais quente, qualquer coisa como 15°C: é a loucura, é o Verão!

Nos intensivos de hepatologia, onde amanhã começarei o meu ultimo mês de trabalho, estamos a "meio-gaz". E porquê? Devido às infecções nosocomiais. Primeiro, ha cerca de uma semana e meia atras, o Estafilococos aureus meticilino resistente. Depois, e desde ha uma semana, o célebre Acynetobacter baumanni, que ja matou uma doente... No total de 16 doentes (8 camas de intensivos de hepatologia e 8 camas de intensivos de cirurgia digestiva) 4, estão infectados com este bicho que, além de ser meio ruim, é resistente a todos os mata-bichos que temos ao dispôr. Assim sendo, e por forma a evitar a contaminação de uns pacientes para os outros, tomou-se a precaução de fechar alguns dos quartos, pelo que dos 8 doentes que normalmente temos a nosso cargo cuidamos, de momento, de apenas 6. So admitimos hepatites agudas fulminantes vindas de outros hospitais e doentes para transplante hepatico. Segundo me apecebi, estamos a um doente para fechar a unidade. Ja pensei em passar as mãos por um dos contaminados, não as lavar e ir, de seguida, observar um outro doente... Je rigole!!!
(Mas la que ja me passou pela cabeça, ja!)
Seja como for, e como ando bem disposto, trabalho bem, sem quaisquer problemas.

Na semana passada tive mais duas visitas ca por casa: a visita numero 246 e numero 247 respectivamente, sendo que a numero 246 veio até Paris para, além de gastar um dinheiro monumental em compras, para passar o seu aniversario.
Fui um mau anfitrião e pouco lhes fiz companhia. Chegaram no domingo passado, e fizemos um grande passeio, como de costume. Desta fez foi maior ainda pois, além de termos ido por Marrais fora até à Bastille e depois Ille St Louis, Cité e St Germain, prolongämos o passeio até à Torre Eiffel, sendo que acabämos por voltar de metro, de novo, até St Germain, para comer num restaurante Mexicano que tem uma brasileira à porta, à qual ja tinha prometido voltar, de uma das vezes que passei naquela viela. Não, não pensem os meus queridos leitores que frequento zonas estranhas com ambientes menos proprios. Trata-se de uma das inumeras pequenas ruelas em St Germain, repletas de restaurantes de todas as nacionalidades e mais alguma, sendo que numa das minhas ultimas incursões àquela zona, onde fui jantar com a minha mãe, fomos interpelados pela tal brasileira que falava francês e trabalhava num restaurante mexicano. Enfim... é a torre de Babel!
Segunda feira, mal cheguei do hospital saimos para jantar fora e, Terça-feira, nem cheguei a voltar do hospital...
Assim, deixei as minhas convidadas sozinhas, a aproveitarem Paris e o meu super-espaço de 34 metros quadrados. Quando voltei, 5a feira à noite, ja era tarde. Foi o tempo de cantar os parabéns à meia noite e ir para a caminha.
6a feira, depois do jantar, mais uma jantarada, desta feita, na casa mais velha de Paris, a casa de Nicolas Flamell, o famoso alquimista, que fica aqui mesmo ao virar da esquina, e que recomendo vivamente. Farä parte do "Guia das estrelas morfes do Nery" dentro em breve. Depois do jantar, gentilmente oferecido pela aniversariante (finalmente que alguém me oferece o jantar!!!), fomos a um bar de jazz, também ele perto de casa, onde se esteve francamente bem.
Säbado de manhã, levantei-me, fui comprar croissants simples, com chocolate e torsades para todo o mundo (a Dra Brandoa também dormiu ca em casa), e fugi para a Bélgica.
O resto, ja vocês sabem.

Bonne soirée à tous,
Fil

5 comentários:

1/2 disse...

Há certas rotinas que sabem bem...não pelo seu sabor mas pela trajectória rectilinea!
Muito me apraz os motivos da tua boa disposição.
Tens que ter muito cuidado com toda essa bicharada, já são perigosos os visíveis , quanto mais os outros!
E que tal passares as mão por lavar no lombo da porteira brasileira? Why not? ;)
Belas noites em St Germain!
Beijos em ti

la tante disse...

Meu querido sobrinho, estás com sentimentos de pessoa sábia; a idade não nos leva apenas o cabelo, traz-nos também coisas boas... Mas, sabes que as zonas ditas impróprias nem sempre o são?! E depois?! Perde-te, "flane" sem preconceitos e a prioris. São frequentemente os melhores passeios. Não tenhas pensamentos ruins em relação aos teus doentinhos e lava bem as mãos para seres acolhido pela recepcionista brasileira... tal como tu está em terra estranha.:-)
Bons sonhos.
Grosse bise et à bientôt.

Filipe Nery disse...

Minha cara prima, não foi por mero acaso que "postei" - mais um verbo introduzido no lexico português com origens no planeta Internet, o 25° a contar do Sol - sobre a brasileira. Sempre queria ver qual seria o teu comentario...

Querida "La tante", como bem sabes, nunca fui pessoa de evitar as "zonas improprias". Tenho pena, sinceramente, de não me "perder" um bocadinho mais por essas ruas e vielas da cidade. Contento-me com a Rua paralela à Blv Sebastopol (St Denis), quando faço os meus trajectos como "flaneur" por esta cidade fora. Quanto às mãos, andam um verdadeiro brinquinho! Não tarda nada nem tenho pele de tanta solução alcoolizada que por elas passo! Gros bisou!

1/2 disse...

Previsível" meu caro Watson"!

Graça Paz disse...

Prs a proxima avisa-me antes de ires ao Croissants simples!!Vou contigo e levo o Tiro!!Um bj

Graça