sexta-feira, 20 de março de 2009

O post hebdomadaire

São dois, e apenas dois, os grandes motivos que podem levar esta espécie de escrivão a não cumprir as suas "obrigações" quase diarias, de deixar, para a posteridade, as suas memorias durante a estadia em Paris (e ja la vão uns longos cinco meses), bem como de manter os meus atentos e persistentes leitores a par do que se vai passando pela cidade-luz.
Um dos motivos, é a depressão profunda em que de vez em quando caio devido ao trabalho ou, melhor, à forma de trabalhar (é sempre bom dar um toque de exagero...) destes meus anfitriões; o segundo motivo, prende-se, naturalmente, com os convidados, visitas, ou aquilo que lhes queiram chamar (menos nomes feios, ja que se tratam de familiares e amigos) que me fazem companhia quase diariamente em minha casa. No final da minha estadia por Paris, ainda hei-de fazer o "bilan", no sentido de saber, na realidade, quantos foram os dias em que fiquei realmente sozinho.
Assim, o motivo pelo qual não vos escrevi durante toda a semana, foi um pouco da combinação dos dois.
Por um lado, a visita da minha progenitora, que merece cada uma das letras da palavra mãe. Por outro lado, uma semana perfeitamente absurda em termos de trabalho no hospital. Quanto à segunda parte da questão, prefiro ja nem falar dela. Apenas asseguro a todos os meus leitores, que se trabalha, de facto, muito bem em Portugal (pode-se publicar menos, é um facto, pelo facto de se trabalhar mais no terreno...) e que, não aconselho ninguém que tenha um qualquer problema de saude, nem que seja uma unha encravada do 5° dedo do pé esquerdo, a vir trata-la a um hospital Francês. Ainda vos calha um hepatologista no Serviço de Urgência, e é uma chatice... Seja como for, e como diz a minha advogada, "so neste pais é que poderiam deixar morrer a princesa Diana!".
Assim, aproveito para relatar um pouco os eventos da semana, na companhia da minha mãe.
Os dias, passou-os ela na sua comunhão com Paris, a desfrutar do inicio da Primavera, das manhãs ainda bem frescas e dos dias mais solarengos. Passeou-se por estas ruas da cidade, viajou numa das "Vedettes du Pont Neuf" pelo Sena, fez compras, e desfrutou daquela que é uma das cidades da sua memoria e da qual tanto gosta. Julgo que, no total destes meus 5 meses de estadia em Paris, a minha mãe deve-me ter feito companhia durante cerca de 1 mês (deve ter passado um outro mês por terras de Marialoop - Bélgica, e os restantes 3 meses em Portugal). Como podem ver, é a grande vantagem que a reforma traz às pessoas e, o essencial, é as pessoas saberem goza-la da melhor maneira, fazendo as coisas que lhes dêem mais prazer.
Ontem, num dos seus passeios, e aqui bem perto de casa, presenciou uma grande manifestação a proposito da greve geral que teve lugar em França - a segunda desde que ca estou. Meteu conversa com os manifestantes e tudo, e ainda ouviu dizer da voz de professores universitarios, que em Portugal esta tudo bem melhor do que em França... Depois, e nunca deixando de me surpreender (depois de ter conduzido sozinha o carro da minha irmã, na Bélgica, por ruas e cidades nunca antes por ela atravessadas, tudo é possivel!), tirou umas fotografias bem engraçadas com a maquina que lhe pus à disposição, e que deixo aqui no blogue, para a posteridade, e com a sua autorização.






As noites estavam por nossa conta. Noite sim, noite não, iamos comer fora. Claro estä que, quando comiamos em casa, a comidinha era caseira, e confeccionada pela propria mestre de culinaria. Ainda sou capaz de me recordar do cheirinho a "Lapin au vin rouge" que cozinhou no segundo dia em que ca esteve, quando abri a porta da rua, vindo do hospital... Se eu fosse cão, e de Pavlov, começava a salivar. Alias, apesar de não ser nem uma coisa nem outra, julgo que ja o estou a fazer!
Assim, fomos jantar ao "Le Procope", um restaurante que estä nos guias de Paris, e que fica numa rua perpendicular à Rue St André des Arts, fomos ao Georges (não poderia deixar de passar a ocasião para levar a minha mãe a tal "fantabulastico" restaurante), a um restaurante Italiano e a um outro tipo Bistrot, para os lados de St Germain.
Fiquei a conhecer, no domingo passado, La Défense - cidade futurista que nada tem a ver com o resto da cidade de Paris, contruida como se de um grande escritorio se tratasse, e com os restaurantes e respectivo shopping a servirem de apoio ao grande escritorio, como se de uma cantina para milhares de funcionarios se tratasse. Ë um espaço interessante, apenas e so tomando em conta a diferença arquitectonica, e como forma de comparação com resto da cidade de Paris. E, depois, o pior. Parece, como um cancro com alto poder de invasão, que se alastra lentamente para as areas circunjacentes, pelo que se vê uma série de prédios, grandes edificios envidraçados a tomar o lugar de casa mais antigas e baixas que ocupavam recentemente os "arredores" de La défense.
De La Défense, não tirei fotografias, porque não levei maquina. Contudo, vou deixar aqui uma ou outra fotografia tirada pela prima que, por terem sido tiradas também, com a minha maquina, têm os seus direitos de autor repartidos com a minha pessoa.
Como os meus caros leitores ja repararam, quem me visita tem direito não so a um tecto, como também a agua, comida, roupa lavada e, também, a maquina fotografica.





Pois bem, a minha mãe foi-se embora hoje, não para Portugal, mas para a Bélgica, o que deixou o meu sobrinho deveras confuso. Para ele, apos a permanência de quase 15 dias da avo no seu domicilio a fazer de babysitter, com a passagem à posteriori por Paris para visitar o tio, não fazia qualquer sentido a sua segunda mãe passar de novo pela Bélgica.

Em breve terei mais gente em casa, em breve deixarei de as ter, em breve estarei no Porto, e em breve terei o "Relier" para recordar.

Bien à vous,
o vosso, o mesmo, o de sempre,
Fil

3 comentários:

Anónimo disse...

Que saudades que tinha de te ler! Que bom saber das novidades...apesar de,para mim, já serem em segunda mão!
Beijo ENORME e não te esqueças de ir escrevendo!
A Mana

1/2 disse...

Hélas! Voltaste , voltaste, voltaste!!!!!
Falta ouvir-te de viva voz.
Parabéns à tia!
Sempre a surpeender, o que para mim não é novidade, nem revelação, mas sim a partilha e oportunidade de revelar idotes inatos.
La Défense tem interesse,não só pela novidade arquitectónica dos anos 80, como pela transformação urbanística que provocou na área envolvente. Uma recta traçada com início no Louvre/Champs Élysées/Arc de Triomphe, e termino em La Défense, são uns belos10 km em linha! Boas fotos, parabéns também à prima ( não sei quem é? ) Como gostava eu de ser a póxima visita!!!
Vou para outras paragens, não muito longe de ti!
Ânimo e menos importância aos nativos! Aproveita até ao tutano a cidade nessa contagem decrescente.
Milhoes de beijos em ti
E

Anónimo disse...

bem vindo :)
Elsa