terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Vin chaud avec orange et canelle, jusq'à Opera Garnier

Ha 48 horas, meus amigos, ha cerca de 48 horas que aterrei nesta cidade para o "Relier à Paris - 2a parte", e ja muito se passou desde então.
Não, não vos vou falar dos connards dos franceses, nem do trabalho (que até começou bem, por sinal, mas dêem-lhe tempo, dêem-lhe tempo...), mas sim do que esta fantastica cidade me ofereceu, desde o frio e neve até um bailado na Opera Garnier.

Cheguei no avião dos pobres, vulgo companhia-que-faz-Porto-Beauvais-a-baixo-custo. Tenho a impressão que foi a ultima vez que o fiz naquela companhia aerea. Tal, deve-se ao ar pouco simpatico dos seus tripulantes, às restrições inerentes à politica economicista da empresa (ou não fosse ser low-cost) e, finalmente, sendo este o factor mais importante, a distância a que fica, fisica e temporal, o aeroporto, da minha casa, no coração da cidade. Chegado a Beauvais, apanhei o autocarro rumo a Porte Maillot (1 hora de viagem e 13 Euros) e, depois, o metro (linha 1, com necessidade de mudar para a linha 4 em Chatelet, até Reaumur-Sebastopol).
Bom, o facto é que não vim so. Tenho tido a companhia inigualavel da super-prima (que me perdoem as outras, que também o são) e, desde ha poucas horas atras (2 horas, environ) também, dos meus pais. Todos juntos, preparamo-nos para o verdadeiro réveillon (e aqui posso dizê-lo, em alto e bom som, ao passo que todos aqueles que persistem no nosso carissimo Portugal não! Em Portugal ficam-se pela "passagem de ano", que não é nada mau!).

No proprio dia em que chegamos (perdoem-me a falta de acentos que condiciona um tempo verbal diferente daquele que é o adequado, mas ja vos falei do "clavier" dos connards dos franceses...) fomos dar a "volta dos tristes", que é, ao fim e ao cabo, o "giro" de apresentação das redondezas a quem vem ca a casa pela primeira vez. Saidos de casa, descemos a Rue St Martin, viramos à esquerda no Pompidou, e vamos sempre em frente até à Place des Vosges. Continuamos em frente e viramos à direita ja na Boulevard Beaumarchais até à Place de la Bastille. La, continuamos pela Boulevard Henri IV até à Ile St Louis. Atravessamos a ilha pela sua rua central (Rue St Louis en l'ile) e continuamos pela Ile de la Cité. Chegados a Notre-dame, viramos à esquerda em direcção à margem homonima do rio e passeamo-nos um pouco por St Germain. Depois, é so fazer o trajecto de regresso. Mas os caros leitores desenganem-se se pensam que voltamos exactamente pelo mesmo percurso (que demora cerca de hora e meia a ser feito). Chegados, de novo, à margem direita do Sena, é so subir a Rue St Martin até ao 223.

Contudo, o passseio foi feito com graus negativos, o que obrigou a uma paragem num dos inumeros cafés da Place des Vosges (café Hugo), para um "Vin chaud avec orange et canelle". Foi maneira de aquecer. Não sei se pelo efeito do vinho quente, se pelo calor agradavel que se fazia sentir dentro do estabelecimento...

Segunda feira foi dia de trabalho. Calmo, como se pretende para quem acaba de chegar de férias e sem muitas preocupações. As férias em Portugal foram tranquilas, e é assim que pretendo entrar em 2009: tranquilo e sereno!
Contudo, o dia haveria de acabar em cheio, ja que eu e a prima conseguimos os 2 ULTIMOS BILHETES para o bailado que esta em exibição, até hoje, na Opera Garnier. Por uns "fantabulasticos" 6 euros, ficamos num dos piores lugares da Opera. Contudo, e como quem esta com a prima é como se estivesse com um trevo de 4 folhas ao seu lado, a chinoca (termo carinhoso e não perjurativo) que estava à nossa frente, saiu no segundo acto, e ficamos com uns lugares ligeiramente melhores, que é como quem diz que, inclinando-nos um bocadinho para a frente, conseguiamos ver, por vezes, 3/5 do palco... O bailado (Raymonda), peça coreografada por Rudolf Noureev, representada pela primeira vez em Saint-Petersbourg, em Janeiro de 1898, com musica de Alexandre Glazounov (sua primeira obra), aborda uma intriga amorosa da época medieval. Além de uma musica espectacular, conta com um guarda-roupa exuberante e uns cenarios soberbos.


(Fotografia, como é logico, não tirada pela minha pessoa, mas que figura no site da Opera Garnier. Não que eu não tenha capacidade para o fazer, nada disso! Contudo, pela alta qualidade de imagem - que o meu telemovel, apesar dos seus 5 megapixeis de resolução não permite tirar -, bem como pelo lugar de primazia em que foi tirada, não poderia ser da minha autoria. Além do mais, era proibido fotografar no curso do espectaculo...)

Ora, se a peça teve 3 actos, significa que teve 2 intervalos, cada um de 20 minutos, o que deu para observar bem a arquitectura do edificio. Em qualquer local poder-se-ia pagar os tais 6 euros apenas para apreciar a obra. Deixo-vos com algumas fotografias tiradas a partir do meu telemovel, pelo que a resolução não é a melhor...


(Fotografia do tecto da Opera - Obra de Chagal)


(Fotografia interessando as frisas)


(Pormenor de um dos candeeiros)

Amanhã é o ultimo dia de 2008. Mais um ano se passou, com algumas coisas positivas, outras menos boas, como todos os outros anos que lhe antecederam, tirando aqueles da idade da inocência que, diga-se o que se disser, são os melhores.
Assim, e porque não posso garantir um novo post no "Relier" no decorrer de 2008, desejo aos seguidistas do movimento "Reliista" um EXCELENTE 2009, com a garantia (espero...) da continuação das novidades deste emigrante na Galia!

Bien à vous,
Fil

4 comentários:

Anónimo disse...

Pois...Paris é Paris, até para os "toulousains". Atenção aos incautos, que é mesmo "toulousain" e por isso diz-se "tulusein", e não "tulusan" em frances de Paris. Vê se vens até cá. Juro que irei a Paris ainda antes da "rentré à Porto". Abraço.

André Luz

Anónimo disse...

Viva a super prima para te animar a chegada (e arranjou logo planos...)! Que tenhas um fantástico réveillon (com muito boa companhia...eu também queria!!!) e que tudo o que desejas para 2009 se concretize. Beijo ENORME e até breve

Anónimo disse...

pois é, faltou dizer que o espectáculo te fez lembrar de mim! He! He! He! Um grande beijinho para todos e um muito especial para ti, cris

Anónimo disse...

É o reencontro, qual relier! Já tinha saudades de te ler e confesso que, ao fazê-lo, até o pas-de-deux eu admirei após sentir o calor do vinho quente a encher-me a boca e a deslizar pelo esófago e os perfumes a canela e laranja a "chatouiller" a pituitária. Bem-vindo ao teu (nosso) relier!
Bon réveillon! 2008 est mort, qui vive 2009!
Gros bisou et Bonne Année!