terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O Metro (não o meio de transporte, mas o jornal...)

Meus companheiros (companheiras incluidas, claro esta!) de aventuras e desventuras, boa noite!

O tema escolhido para este post é bem actual, e retrata de forma clara e exemplar como é este povo.
Todos nos ja sabemos que França é um pais de tradições, com impacto a nivel mundial, nomeadamente na sua economia (não fosse ter sido um dos fundadores, inicialmente, do G6, continuando a fazer parte do G7 que é, agora, e apos a integração da Russia, o G8), cultura, artes, ciência e o que mais vos vier à cabeça. Contudo, é também um pais que, talvez imbuido pelo espirito napoleonico de grandeza e egocentrismo, faz os teclados "AZERT" sem acentos adequados a todas as linguas (e ja não falo do chinês, daquelas com origem eslava ou arabe...), não falam outra lingua que não aquela que aprenderam a falar desde o seu berço (é um facto que, apesar de terem 7 anos de Inglês na escola são incapazes, a sua maioria, de construir uma frase adequada), e têm o espirito caricaturado dos alentejanos (do quererem trabalhar pouco). E, para provar esta minha ultima afirmação, passo à noticia não do dia, mas talvez dos 2 ultimos meses em que ca estou: o trabalho dominical.
Esta legislado que os franceses so podem ter o comercio aberto durante 5 domingos por ano. Aqui estä a justificação para ter encontrado o Forum des Halles fechado no domingo em que os gnomos atacaram o meu computador portatil, e saido porta fora rumo à fnac para comprar um novo computador. Estão recordados?
Agora, e apos muito debate entre politicos e sindicalistas, estão prestes a chegar a um acordo, e a fazer desse mesmo acordo lei. Assim, passo-vos a citar um excerto de uma noticia do Jornal Metro (esse mesmo, o que também existe em Portugal, com o mesmo logotipo e tudo!), do dia de hoje:

"Dix dimanches au maximum
Parmi les points d'accord, le premier concerne le passage de cinq à dix du nombre de dimanches par an qu'un maire pourra autoriser à travailler dans sa commune."

Vejam so a loucura: Trabalhar 10 domingos por ano! Um excesso! Deviam legislar qualquer coisa como: "Todo o francês tem o direito a trabalhar o numero de horas que quiser por dia, desde que seja inferior a 4, num total maximo de 20 horas semanais, estando expressamente proibido o trabalho aos sabados, domingos, feriados, vésperas de feriado e dia apos feriado, sob pena de prisão perpétua ou tortura com cocegas na narina esquerda com utilização de pena de ganso."; "Esta lei tem efeito vinculativo a todas os métiers (palavra que muito utilizam)/ profissões, desde pilotos de avião, condutores de todos os transportes publicos, lixeiros, até médicos, inclusive."
Contudo, a lei devera prever excepções à regra, nomeadamente nas regiões de fronteira (caso contrario vão os franceses comprar os caramelos a Espanha) e naquelas com mais de 1 milhão de habitantes (pobres das zonas com 999 999 habitantes...).

Uma outra noticia, muito curta, também me chamou a atenção:

"Carla Bruni a demandé 125000 euros de dommages contre une société qui a diffusé à La Réunion un sac reproduisant une photo où elle posait nue dans le cadre d'une campagne contre le sida."

Ë caso para dizer:
- Estavas a pedi-las!!!
Contudo, julgo que o dinheiro reverterä a favor da casa Yves Saint Laurent, nomeadamente apos deixa-lo la, em troca de um casaco de peles. No final de contas, a senhora deveria estar com frio, toda nua...

NOTA: Apetecia-me muito deixar a fotografia no blogue, até porque é bonita, mas arrisco-me a pagar uma valente coima, que nem os meus mais intimos amigos advogados, de alto renome e conhecidos na praça, seriam capazes de fazer revogar. Deixo-vos um conselho: façam uma pesquisa no google, nas imagens, utilizando as palavras "carla bruni sida campagne", e imaginem que estão numa extensão do relier à Paris.

Bien à vous,
Fil

8 comentários:

Anónimo disse...

Seguindo o teu conselho lá fui ao Google com o "Carla Bruni sida campagne" e foi um espanto! Não a senhora, que nem cheguei a ver, mas o facto de o "Relier à Paris" aparecer na 3ª posição mundial de pesquiza!!!!!!!!!!!!!
Meus parabéns, já agora extensivos a tudo o que tens escrito desde o início e que arquivo religiosamente numa pasta de papel A4 (ecologistas me perdoem).
Mil bjs e abraços
Manela

Unknown disse...

Meu caro,
permite-me discordar de ti. Terem o trabalho ao Domingo limitado por lei não é preguiça, é qualidade de vida. Independentemente do que se possa achar da postura gaulesa sobre a actividade laboral em geral. É certo que, como médico, tens que trabalhar vários Domingos por ano, e não cai nem o Carmo nem a Trindade, como é óbvio...
Agora, para mim, pessoalmente (e seguramente também para ti), é um desconsolo ter a família toda em casa, por vezes apenas a usufruiur desse simples facto, por si só, e ter que sair bem cedo, de manhã... Agora imagina que cada um tinha os seus Domingos de trabalho!
Bem sei que esses "connards" te estão atravessados, a muitos níveis, mas esta podias relevar!
Ao fim ao cabo, resolveste o teu problema (estavem garantidos os serviços-mínimos-de-venda-de-computadores!), só tiveste que andar mais um bocadinho!

Beijinhos,
Pat

Abreu disse...

Saudações cordialíssimas, meu velho!

Não trabalhar aos domingos é uma idiotice! Estou a escrever uma proposta de lei para trabalhar aos domingos e esquecer os outros dias da semana!
Era uma maneira simples de conciliar o horário dos trabalhadores com o horário dos shoppings.
Naturalmente que estou de urgência e isto pode não fazer grande sentido.
Um abraço para ti. Um beijinho à Patrícia. E saudações cordialíssimas aos demais convivas.

Filipe Nery disse...

O que seria deste mundo sem opiniões diferentes? E, como ja dizia o Herman José num dos seus personagens: "As opiniões são como as vaginas, cada um tem a sua, e quem quiser da-la, da-la!". So assim se justifica que as pessoas conversem e troquem os seus pontos de vista. Contudo, todos nos gostamos de nos passearmos aos domingos, ir até uma esplanada tomar um cafe, passar pelo shopping para ir ao cinema, entrar numa loja para comprar um livro (ou, simplesmente para ver e, dai, tirarmos algum prazer). Se o tempo estiver bom, ate fazemos alguma questão em apanhar o 19 (ainda existe?) e descermos a Av. da Boavista. Para isso, é preciso que o empregado de mesa trabalhe, assim como o senhor da bilheteira, o homem das pipocas e o individuo que projecta o filme, o lojista e o condutor do eléctrico. Como podemos ver, o nosso conceito de uma tarde bem passada, a um domingo, implica sempre a tarde "menos bem passada" de terceiros. Sem com isto querer dizer que os papeis não se invertam no domingo seguinte. So assim conseguimos tirar algum prazer da vida, fazer a economia girar, e vivermos em verdadeira simbiose uns com os outros que, como a propria definição implica, traz vantagem para ambas as partes!

Anónimo disse...

São franceses.


Beijo em ti
E

Unknown disse...

LOL!
Meu caro Armando, viro já a casaca e prometo não faltar no dia da votação do teu projecto de lei!!! A favor!

Beijinhos para ti e para as tuas meninas!

P.S. Meu amigo Nery, o 19 deve existir, deve, mas agora deve ser conhecido como o 23Jk-98U... (não sei me entendes!) Beijinhos, Pat.

Anónimo disse...

Patrícia dixit, Abreu dixit! Plenamente de acordo e, obviamente, voto a favor. Só espero que a tal proposta de lei preveja um dia para descanso, de preferência o sábado, para honrar a etimologia e regressar ao preceito bíblico do descanso sabático. E mais, o "...do Egipto à Grécia e ao Império Romano, atravessando os séculos da Idade Média e do Renascimento, o trabalho foi considerado como um sinal de opróbrio, de desprezo, de inferioridade. Esta concepção atingia o estatuto jurídico e político dos trabalhadores, escravos e servos". Com a evolução das sociedades, o advento do capitalismo e a alienação do homem em crescendo, é que estes conceitos se foram alterando, e tu, meu amado sobrinho, estás a (in)evoluir e a querer rebentar a escala do preceito. Acalma-te, tem tento e "carpe diem".
Gros bisou et à très bientôt.

Filipe Nery disse...

Meu amigo, tens o meu voto! Garanto-te que até farei 24 horas ao domingo de bom grado!