quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O Opio...

Caros leitores,
boa noite.

Ontem foi mais um dia de convivio, de reencontro. Paris é, de facto, um "centro nevralgico" e serve de mote para reuniões e congressos. Num desses congressos esta a responsavel por ser, neste momento, um "ser avesiculado", e a quem muito tenho de agradecer pelo simples facto de que me é permitido, neste momento, comer de tudo (géneros alimenticios, claro esta!) sem quaiquer restrições, e sem pensar na crise de vesicula que iria ter dali a umas horas e que me iria incomodar nos restantes 3 dias.
Claro esta que, aproveitando o facto dela ca estar, fomos jantar. Não so a propria e eu, como tambem a sua prima, 2 outros colegas da capital (de Portugal, não de França...), e um colega brasileiro que se encontra, tal como eu, desterrado neste pais por um periodo de 1 ano, mas num outro hospital de Paris, também ele dedicado aos transplantes.
Foi um jantar muito agradavel, num sitio igualmente impecavel, onde se falou de muita coisa com muito boa disposição e humor.
Aproveito a deixa para mais um capitulo do...

"O GUIA DAS ESTRELAS NERY PARA OS MORFES"

RESTAURANTE: La Bastide d'Opio
ENDEREÇO: 9, rue Guisarde
AMBIENTE/ DECORAÇÃO: 4,1 - Espaço relativamente pequeno mas aconchegante, com uma mezzanine. Paredes em tom castanho-alaranjado-pastel, com decoração mais rural, mais provençal, a condizer com as origens do restaurante. Sem cheiro a comida apesar da proximidade da cozinha. Sem sumptuosidades, simples e sobrio.

SERVIÇO PRESTADO/ ATENDIMENTO: 4,4 - Rapidos no acolhimento, rapidos a registar os pedidos e relativamente rapidos a servir, mas tal se prende, julgo eu, com o facto de termos pedido, todos nos, um menu com entrada, prato principal e sobremesa, pelo que o(s) cozinheiro(s) poderia ir adiantando o serviço. Simpaticos e prestaveis. Sem cheiro "sui generis" a francês.

COMIDA: 4,6 - Começo, então, pelo inicio, que é sempre um bom sitio para começar, ja la dizia a Julie Andrews no filme "Musica no coração". O aperitivo, um cocktail de pêssego, estava de facto bom, servido com requinte. A entrada, um ravioli com queijo gratinado. Cheguei a ter vontade que aquele fosse o prato principal, claro esta, com uma quantidade um bocadinho maior. Estava, de facto, bom. O "main dish": magret de canard - estava optimo, mas acho que prefiro o confit de canard, pelo facto de ter menos gordura. Foi acompanhado de batatas assadas, pequeninas, também muito boas. A sobremesa, a preferida da Amélie Poulin: creme brulee aromatizado com laranja... sem comentarios! So não dou a nota maxima de 5 valores, pois acho que, até ao final da minha estadia por ca, ainda hei-de comer emm sitios melhores. Ë mais ou menos a logica dos professores: não darem as melhores notas no 1° periodo...

RELAÇÃO SERVIÇO/ PREÇO: 4 - Julgo que este item, por muito bom que seja o serviço e a comida nunca sera muito bem pontuado porque, no final, deixamos, sempre, "pequenos balurdios" no restaurante. Paguei 44 Euros. Não foi um excesso, mas é quase aquilo que eu ganho num fim-de-semana de trabalho por estas bandas (é melhor nem pensar nisso!).

NOTA FINAL: 4,275 - Nota final muito razoável. Ë um restaurante ao qual provavelmente voltarei, se não em breve, numa proxima visita a Paris, em férias...

Bom, valeu, sobretudo, pelo convivio. Hoje, novo convite para jantar fora, mas o facto é que a dor de cabeça que me foi acompanhando ao longo do dia, virtude de dormir pouco, fez com que ficasse por casa, sob efeito de analgesico, e a escrever umas palavras no nosso "Relier à Paris".
Dentro de 40 horas, estarei no Porto.

Ah! Ja me esquecia! Hoje, a salle de garde merecia um lugar no Guia das estrelas Nery para os morfes. A sala vestida para o Natal, com uma mesa grande à entrada com pequenos petiscos e espumante, e um almoço francamente melhorado, com foie gras (dos figados que ja não prestam), lagosta (!) - 1/2 para cada um, codorniz assada, bolinhos individuais de amendoa, laranja, frutos secos e bombons de todos os sabores, feitios e qualidades de chocolate! Excelente!

Bien à vous,
Fil

5 comentários:

Anónimo disse...

Meu amado sobrinho, excitaste as minhas papilas gustativas, puseste-me a salivar... Estás sádico, mas aprecio o teu gosto para a gourmandise. E eu que jantei uma enxabida pescadinha cozida! Está decidido, vou mandar a minha vesícula às urtigas.
Gros bisou et à três bientôt.

Unknown disse...

Ah!... [Suspiro]
Esse creme brulé... era capaz de o comer como entrada, prato principal e, já agora, sobremesa!

Continuação de bom apetite!
Boa viagem!

Beijinhos,
Pat

Anónimo disse...

Pois é! Tu na boa vida, eu, enferma, a sofrer horrores, no leito da morte a telefonar-te e tu...nada!

Hás-de ter muitos amigos...

Sem beijo,
Cris

Filipe Nery disse...

Até uma enxabida pescada cozida me saberia bem agora, la tante! Claro esta que "rematada" com um creme brulé.
Fico feliz por saber que, ainda que seja no seu ultimo suspiro, ha quem leia o nosso "Relier"!

Anónimo disse...

Faltaram os maron glacé ??!!! nem posso crer!

"Bon apetit" não falta com certeza!!!

Beijos em ti
E