terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Vin chaud avec orange et canelle, jusq'à Opera Garnier

Ha 48 horas, meus amigos, ha cerca de 48 horas que aterrei nesta cidade para o "Relier à Paris - 2a parte", e ja muito se passou desde então.
Não, não vos vou falar dos connards dos franceses, nem do trabalho (que até começou bem, por sinal, mas dêem-lhe tempo, dêem-lhe tempo...), mas sim do que esta fantastica cidade me ofereceu, desde o frio e neve até um bailado na Opera Garnier.

Cheguei no avião dos pobres, vulgo companhia-que-faz-Porto-Beauvais-a-baixo-custo. Tenho a impressão que foi a ultima vez que o fiz naquela companhia aerea. Tal, deve-se ao ar pouco simpatico dos seus tripulantes, às restrições inerentes à politica economicista da empresa (ou não fosse ser low-cost) e, finalmente, sendo este o factor mais importante, a distância a que fica, fisica e temporal, o aeroporto, da minha casa, no coração da cidade. Chegado a Beauvais, apanhei o autocarro rumo a Porte Maillot (1 hora de viagem e 13 Euros) e, depois, o metro (linha 1, com necessidade de mudar para a linha 4 em Chatelet, até Reaumur-Sebastopol).
Bom, o facto é que não vim so. Tenho tido a companhia inigualavel da super-prima (que me perdoem as outras, que também o são) e, desde ha poucas horas atras (2 horas, environ) também, dos meus pais. Todos juntos, preparamo-nos para o verdadeiro réveillon (e aqui posso dizê-lo, em alto e bom som, ao passo que todos aqueles que persistem no nosso carissimo Portugal não! Em Portugal ficam-se pela "passagem de ano", que não é nada mau!).

No proprio dia em que chegamos (perdoem-me a falta de acentos que condiciona um tempo verbal diferente daquele que é o adequado, mas ja vos falei do "clavier" dos connards dos franceses...) fomos dar a "volta dos tristes", que é, ao fim e ao cabo, o "giro" de apresentação das redondezas a quem vem ca a casa pela primeira vez. Saidos de casa, descemos a Rue St Martin, viramos à esquerda no Pompidou, e vamos sempre em frente até à Place des Vosges. Continuamos em frente e viramos à direita ja na Boulevard Beaumarchais até à Place de la Bastille. La, continuamos pela Boulevard Henri IV até à Ile St Louis. Atravessamos a ilha pela sua rua central (Rue St Louis en l'ile) e continuamos pela Ile de la Cité. Chegados a Notre-dame, viramos à esquerda em direcção à margem homonima do rio e passeamo-nos um pouco por St Germain. Depois, é so fazer o trajecto de regresso. Mas os caros leitores desenganem-se se pensam que voltamos exactamente pelo mesmo percurso (que demora cerca de hora e meia a ser feito). Chegados, de novo, à margem direita do Sena, é so subir a Rue St Martin até ao 223.

Contudo, o passseio foi feito com graus negativos, o que obrigou a uma paragem num dos inumeros cafés da Place des Vosges (café Hugo), para um "Vin chaud avec orange et canelle". Foi maneira de aquecer. Não sei se pelo efeito do vinho quente, se pelo calor agradavel que se fazia sentir dentro do estabelecimento...

Segunda feira foi dia de trabalho. Calmo, como se pretende para quem acaba de chegar de férias e sem muitas preocupações. As férias em Portugal foram tranquilas, e é assim que pretendo entrar em 2009: tranquilo e sereno!
Contudo, o dia haveria de acabar em cheio, ja que eu e a prima conseguimos os 2 ULTIMOS BILHETES para o bailado que esta em exibição, até hoje, na Opera Garnier. Por uns "fantabulasticos" 6 euros, ficamos num dos piores lugares da Opera. Contudo, e como quem esta com a prima é como se estivesse com um trevo de 4 folhas ao seu lado, a chinoca (termo carinhoso e não perjurativo) que estava à nossa frente, saiu no segundo acto, e ficamos com uns lugares ligeiramente melhores, que é como quem diz que, inclinando-nos um bocadinho para a frente, conseguiamos ver, por vezes, 3/5 do palco... O bailado (Raymonda), peça coreografada por Rudolf Noureev, representada pela primeira vez em Saint-Petersbourg, em Janeiro de 1898, com musica de Alexandre Glazounov (sua primeira obra), aborda uma intriga amorosa da época medieval. Além de uma musica espectacular, conta com um guarda-roupa exuberante e uns cenarios soberbos.


(Fotografia, como é logico, não tirada pela minha pessoa, mas que figura no site da Opera Garnier. Não que eu não tenha capacidade para o fazer, nada disso! Contudo, pela alta qualidade de imagem - que o meu telemovel, apesar dos seus 5 megapixeis de resolução não permite tirar -, bem como pelo lugar de primazia em que foi tirada, não poderia ser da minha autoria. Além do mais, era proibido fotografar no curso do espectaculo...)

Ora, se a peça teve 3 actos, significa que teve 2 intervalos, cada um de 20 minutos, o que deu para observar bem a arquitectura do edificio. Em qualquer local poder-se-ia pagar os tais 6 euros apenas para apreciar a obra. Deixo-vos com algumas fotografias tiradas a partir do meu telemovel, pelo que a resolução não é a melhor...


(Fotografia do tecto da Opera - Obra de Chagal)


(Fotografia interessando as frisas)


(Pormenor de um dos candeeiros)

Amanhã é o ultimo dia de 2008. Mais um ano se passou, com algumas coisas positivas, outras menos boas, como todos os outros anos que lhe antecederam, tirando aqueles da idade da inocência que, diga-se o que se disser, são os melhores.
Assim, e porque não posso garantir um novo post no "Relier" no decorrer de 2008, desejo aos seguidistas do movimento "Reliista" um EXCELENTE 2009, com a garantia (espero...) da continuação das novidades deste emigrante na Galia!

Bien à vous,
Fil

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL!

Levitando sobre uma multidão de gente, observo atentamente os seus movimentos. Não sei se vêm ou se vão, não sei se sabem quem são ou não. Vejo aquela gente no "automático", de quem sai e entra das lojas, de quem levanta dinheiro uma e outra vez, de quem passa pelo mendigo e lhe atira a esmola, de quem risca mais uma pessoa da lista, de quem espera por melhores dias, de quem julga que os piores já lá vão. Levitando sobre a cidade, vejo os carros "atolhados" uns sobre os outros nas bifurcações das ruas e estradas, quais hemácias e plaquetas a impedirem o extravasamento de sangue das artérias. Vejo os fumos que saem das chaminés e que deixam no ar o cheiro de lareira invernal. Ouço cânticos natalícios misturados com as buzinas dos carros. Ouço o apelo de quem não tem abrigo e a gargalhada de quem o tem.
Contudo, é Natal. É tempo de paz e de serenidade, de estarmos de bem connosco e com os outros. É o tempo de nos reencontrarmos com aqueles que mais amamos, é o tempo de fazermos os outros mais felizes. Porém, devemos fazer com que o espírito que nos invade nesta altura do ano seja aquele que nos acompanha nos restantes 365 dias.
Assim, a todos VÓS, amigos, conhecidos, e todos os outros que, não o sendo, vão acompanhando o "Relier" e, assim, me conhecendo, um FELIZ NATAL, que é como quem diz, façam felizes todos aqueles que puderem.

Bem hajam,
Fil

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Paris parte I - "Le bilan"

60 dias de Paris, 60 dias de pura emoção.
O balanço destes meus ultimos 2 meses na capital francesa, apesar dos contratempos e dos "mal-dizeres" tipicos de quem é português e que, como tal, tem a sua "costela" fatalista, foi positivo, não o posso negar. Quanto mais não seja por habitar nesta cidade cheia de encanto, luz e agitação. Definir Paris é dificil. Ë uma cidade glamorosa, stressada, sumptuosa, desordenada, jactante, miseravel, enfim... é uma cidade de extremos, povoada por gente rica e famosa, toda engalanada, e por gente pobre e miseravel que aproveita, nesta altura de frio cortante, os bueiros do metro que exalam calor, quais sovacos desta cidade, e que ali se aninham, tal como um bebé no seu leito materno. Julgo que tenho aproveitado a cidade e, não havendo possibilidade dela se aproveitar de mim, toma-lhe o lugar, nestas funções, o hospital onde trabalho e as suas gentes.
No hospital tomo, sobretudo, o contacto com uma realidade diferente da nossa, onde o volume de doentes que padecem de doença hepatica é brutal, e o numero de pessoas que lidam com essa doença nos termos do seu acompanhamento e vigilância não é directamente proporcional. Além do facto do numero de pessoas que trabalham no serviço ser reduzido, esse numero revela-se ainda mais pequeno quando cerca de metade não quer trabalhar... Mas bom, vale-me o consolo do feedback positivo da parte dos doentes, pessoal de enfermagem e restantes colegas, sendo que terminei o dia de hoje parabenizado pelo meu director de serviço, com um "bravo, Filipe!". Soube bem, e quase fez esquecer tudo o resto, desde os problemas burocraticos aos inerentes à propria organização do serviço. Contudo, nem me passa pela cabeça massar-vos com tal prosa. Quem ja não se recordar, remeto-vos para os 44 "posts" anteriores que escrevi...

Do que não me posso esquecer é do apoio incontestavel com que conto todos os dias da parte dos meus caros leitores (apesar de saber que alguns deles, não muitos, confesso, uma ou outra vez, por um ou outro motivo, a proposito de uma ou outra palavra... não se identificaram com algumas das mensagens aqui escritas; contudo, o "Relier à Paris" é uma cronica, das minhas aventuras e desventuras neste 1/60 da minha vida e, como tal, expressa o meu modo de ver as coisas; ainda bem que ha opiniões distintas das minhas, caso contrario, tudo isto não faria qualquer sentido; contudo, e em jeito de desabafo, este blogue ja esteve por uma ou duas vezes prestes a entrar de férias... mais cedo, e grandes!), e não so...
Varias foram as visitas que tive nestes 2 meses:

- Mãe: "trouxe-me" ate Paris, e deixou-me com ela. Queria ter a certeza que me deixava bem entregue, que não me perdia pelo caminho e que sabia pôr a maquina da roupa a funcionar. Fez-me bem a mim e a ela. Foi um "recordar" Paris no seu melhor. Dia 30 deste mês ja ca estara outra vez, desta feita, também com o meu pai.

- Mana: Finalmente mais perto! A apenas 300km podemo-nos ver, durante 6 meses, uma vez por mês. Veio ca no final de Outubro, e eu fui até à Bélgica em Novembro. Reencontrar-nos-emos, dentro de 3 dias, em Portugal e, dia 16 de Janeiro ja tenho, de novo, viagem marcada para a Bélgica. A minha irmã é o meu outro eu e, de facto, os nossos cariotipos completam-se quando estamos juntos.

- Cunhado: Meu homonimo em "belguês", quase um "gajo do norte"! Muito boa pessoa, cheio de perspectivas para o futuro. Empreendedor e divertido. Ë sempre um gosto estar com ele.

- Sobrinho: Tal como o rei, com coração de Leão. Ë um orgulho. Corre, salta, nada, toca piano, e ja anda na escola primaria. Um aficionado pela torre Eiffel. Ele não sabe, mas vai receber a Torre Eiffel em Lego pelo seu aniversario (que esta quase). Apesar de ter 3428 peças e ser para maiores de 16 anos, pareceu-me adequado...

- Sobrinha: Uma princesa. Linda. Ë um doce, por vezes com sabor a pimenta. Tel ca um feitio...

- "Futura colega em Paris": Na realidade, é uma colega e amiga do meu Sto Antoninho, mas também vem para Paris trabalhar no inicio de janeiro. Contudo, para outro hospital... Veio-me so fazer uma visita, mas foi quanto bastou para fazer a catarse da semana!

- Peter Pan: Assim designado pela "Futura colega em Paris", sendo a sua cara-metade. Veio ca a casa tomar um cha, no quentinho, apos jantar de crepes na Creperie Beaubourg.

- Atletologa: Grande amiga, que me veio fazer companhia por um dia. Conheço poucas pessoas como ela, perserverantes e dedicadas à causa. Amiga do seu amigo, sem duvida!

- Ex-coach3: A semelhança do robocop 1, 2 e 3, também eu tive 3 treinadores. Grande amigo também, cara-metade da atletologa. Veio, claro esta, junto! Jantamos fora, dormiram ca em casa e, no dia seguinte, foi so passear.

- Mano: Não é biologico porque não calhou de termos o mesmo pai e a mesma mãe. Melhor amigo e confidente. Também tem um blogue mas mais "low profile". Gozou de experiência semelhante à minha, ha uns anos atras, mas em Londres.

- Cara-metade do mano: Juntou-se a nos uns dias mais tarde, ja que se foi passear por Bruxelas (disse-nos ela que foi em congresso...). Divertida e com muito humor. Foi uma optima companhia, também!

- Cardiologa: Chegou no dia da partida do mano e da sua cara-metade. "Geniquenta" como ela ha poucas. Tem ca um gaz... e não é dos que cheiram mal, vos garanto!

- Professor V: Veio a Paris a um congresso, e passou ca por casa. Fomos os 3 (eu, a Cardiologa e o proprio Professor V.) jantar à Bastilha a um Bistrot optimo. Bebeu coca-cola e... não devia! Fiquei a par de todas as novidades do Sto Antonio!

- Médica de familia: Passou a ser assim denominada apos procedimentos cirurgicos nas costas de uma pessoa de quem muito gosto e prepara-se, não tarda nada, para meter a faca nas costas de outro... Assim, designei-a médica de familia. Tive pena de não andar feito galheteiro com as duas (Cardiologa e Médica de familia) mas, infelizmente, tive de trabalhar... Foram, contudo, umas horas muito bem passadas, e espero, sinceramente, pelo regresso de ambas.

Assim, neste 2 meses, os meus 34 metros quadrados de habitação tiveram a oportunidade de dar abrigo, ainda que a uns de forma mais breve do que a outros, a 14 pessoas! Fantastico! Não me posso esquecer, claro esta, da minha propria cirurgiã, com quem estive anteontem, mas que não chegou a vir ao 223 da rue de St Martin.

Bom, vou terminar de fazer a mala. Tenho o transfer para o aeroporto às 6:35 na Porte Maillot.
Espero, muito sinceramente, continuar a contar com os meus caros leitores, nos 4 meses que me restam por Paris, por forma a continuar ligado a Portugal.

Muito obrigado a todos,
até Portugal (dentro de 11 horas la estarei),
bien à vous,
Fil

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O Opio...

Caros leitores,
boa noite.

Ontem foi mais um dia de convivio, de reencontro. Paris é, de facto, um "centro nevralgico" e serve de mote para reuniões e congressos. Num desses congressos esta a responsavel por ser, neste momento, um "ser avesiculado", e a quem muito tenho de agradecer pelo simples facto de que me é permitido, neste momento, comer de tudo (géneros alimenticios, claro esta!) sem quaiquer restrições, e sem pensar na crise de vesicula que iria ter dali a umas horas e que me iria incomodar nos restantes 3 dias.
Claro esta que, aproveitando o facto dela ca estar, fomos jantar. Não so a propria e eu, como tambem a sua prima, 2 outros colegas da capital (de Portugal, não de França...), e um colega brasileiro que se encontra, tal como eu, desterrado neste pais por um periodo de 1 ano, mas num outro hospital de Paris, também ele dedicado aos transplantes.
Foi um jantar muito agradavel, num sitio igualmente impecavel, onde se falou de muita coisa com muito boa disposição e humor.
Aproveito a deixa para mais um capitulo do...

"O GUIA DAS ESTRELAS NERY PARA OS MORFES"

RESTAURANTE: La Bastide d'Opio
ENDEREÇO: 9, rue Guisarde
AMBIENTE/ DECORAÇÃO: 4,1 - Espaço relativamente pequeno mas aconchegante, com uma mezzanine. Paredes em tom castanho-alaranjado-pastel, com decoração mais rural, mais provençal, a condizer com as origens do restaurante. Sem cheiro a comida apesar da proximidade da cozinha. Sem sumptuosidades, simples e sobrio.

SERVIÇO PRESTADO/ ATENDIMENTO: 4,4 - Rapidos no acolhimento, rapidos a registar os pedidos e relativamente rapidos a servir, mas tal se prende, julgo eu, com o facto de termos pedido, todos nos, um menu com entrada, prato principal e sobremesa, pelo que o(s) cozinheiro(s) poderia ir adiantando o serviço. Simpaticos e prestaveis. Sem cheiro "sui generis" a francês.

COMIDA: 4,6 - Começo, então, pelo inicio, que é sempre um bom sitio para começar, ja la dizia a Julie Andrews no filme "Musica no coração". O aperitivo, um cocktail de pêssego, estava de facto bom, servido com requinte. A entrada, um ravioli com queijo gratinado. Cheguei a ter vontade que aquele fosse o prato principal, claro esta, com uma quantidade um bocadinho maior. Estava, de facto, bom. O "main dish": magret de canard - estava optimo, mas acho que prefiro o confit de canard, pelo facto de ter menos gordura. Foi acompanhado de batatas assadas, pequeninas, também muito boas. A sobremesa, a preferida da Amélie Poulin: creme brulee aromatizado com laranja... sem comentarios! So não dou a nota maxima de 5 valores, pois acho que, até ao final da minha estadia por ca, ainda hei-de comer emm sitios melhores. Ë mais ou menos a logica dos professores: não darem as melhores notas no 1° periodo...

RELAÇÃO SERVIÇO/ PREÇO: 4 - Julgo que este item, por muito bom que seja o serviço e a comida nunca sera muito bem pontuado porque, no final, deixamos, sempre, "pequenos balurdios" no restaurante. Paguei 44 Euros. Não foi um excesso, mas é quase aquilo que eu ganho num fim-de-semana de trabalho por estas bandas (é melhor nem pensar nisso!).

NOTA FINAL: 4,275 - Nota final muito razoável. Ë um restaurante ao qual provavelmente voltarei, se não em breve, numa proxima visita a Paris, em férias...

Bom, valeu, sobretudo, pelo convivio. Hoje, novo convite para jantar fora, mas o facto é que a dor de cabeça que me foi acompanhando ao longo do dia, virtude de dormir pouco, fez com que ficasse por casa, sob efeito de analgesico, e a escrever umas palavras no nosso "Relier à Paris".
Dentro de 40 horas, estarei no Porto.

Ah! Ja me esquecia! Hoje, a salle de garde merecia um lugar no Guia das estrelas Nery para os morfes. A sala vestida para o Natal, com uma mesa grande à entrada com pequenos petiscos e espumante, e um almoço francamente melhorado, com foie gras (dos figados que ja não prestam), lagosta (!) - 1/2 para cada um, codorniz assada, bolinhos individuais de amendoa, laranja, frutos secos e bombons de todos os sabores, feitios e qualidades de chocolate! Excelente!

Bien à vous,
Fil

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O Metro (não o meio de transporte, mas o jornal...)

Meus companheiros (companheiras incluidas, claro esta!) de aventuras e desventuras, boa noite!

O tema escolhido para este post é bem actual, e retrata de forma clara e exemplar como é este povo.
Todos nos ja sabemos que França é um pais de tradições, com impacto a nivel mundial, nomeadamente na sua economia (não fosse ter sido um dos fundadores, inicialmente, do G6, continuando a fazer parte do G7 que é, agora, e apos a integração da Russia, o G8), cultura, artes, ciência e o que mais vos vier à cabeça. Contudo, é também um pais que, talvez imbuido pelo espirito napoleonico de grandeza e egocentrismo, faz os teclados "AZERT" sem acentos adequados a todas as linguas (e ja não falo do chinês, daquelas com origem eslava ou arabe...), não falam outra lingua que não aquela que aprenderam a falar desde o seu berço (é um facto que, apesar de terem 7 anos de Inglês na escola são incapazes, a sua maioria, de construir uma frase adequada), e têm o espirito caricaturado dos alentejanos (do quererem trabalhar pouco). E, para provar esta minha ultima afirmação, passo à noticia não do dia, mas talvez dos 2 ultimos meses em que ca estou: o trabalho dominical.
Esta legislado que os franceses so podem ter o comercio aberto durante 5 domingos por ano. Aqui estä a justificação para ter encontrado o Forum des Halles fechado no domingo em que os gnomos atacaram o meu computador portatil, e saido porta fora rumo à fnac para comprar um novo computador. Estão recordados?
Agora, e apos muito debate entre politicos e sindicalistas, estão prestes a chegar a um acordo, e a fazer desse mesmo acordo lei. Assim, passo-vos a citar um excerto de uma noticia do Jornal Metro (esse mesmo, o que também existe em Portugal, com o mesmo logotipo e tudo!), do dia de hoje:

"Dix dimanches au maximum
Parmi les points d'accord, le premier concerne le passage de cinq à dix du nombre de dimanches par an qu'un maire pourra autoriser à travailler dans sa commune."

Vejam so a loucura: Trabalhar 10 domingos por ano! Um excesso! Deviam legislar qualquer coisa como: "Todo o francês tem o direito a trabalhar o numero de horas que quiser por dia, desde que seja inferior a 4, num total maximo de 20 horas semanais, estando expressamente proibido o trabalho aos sabados, domingos, feriados, vésperas de feriado e dia apos feriado, sob pena de prisão perpétua ou tortura com cocegas na narina esquerda com utilização de pena de ganso."; "Esta lei tem efeito vinculativo a todas os métiers (palavra que muito utilizam)/ profissões, desde pilotos de avião, condutores de todos os transportes publicos, lixeiros, até médicos, inclusive."
Contudo, a lei devera prever excepções à regra, nomeadamente nas regiões de fronteira (caso contrario vão os franceses comprar os caramelos a Espanha) e naquelas com mais de 1 milhão de habitantes (pobres das zonas com 999 999 habitantes...).

Uma outra noticia, muito curta, também me chamou a atenção:

"Carla Bruni a demandé 125000 euros de dommages contre une société qui a diffusé à La Réunion un sac reproduisant une photo où elle posait nue dans le cadre d'une campagne contre le sida."

Ë caso para dizer:
- Estavas a pedi-las!!!
Contudo, julgo que o dinheiro reverterä a favor da casa Yves Saint Laurent, nomeadamente apos deixa-lo la, em troca de um casaco de peles. No final de contas, a senhora deveria estar com frio, toda nua...

NOTA: Apetecia-me muito deixar a fotografia no blogue, até porque é bonita, mas arrisco-me a pagar uma valente coima, que nem os meus mais intimos amigos advogados, de alto renome e conhecidos na praça, seriam capazes de fazer revogar. Deixo-vos um conselho: façam uma pesquisa no google, nas imagens, utilizando as palavras "carla bruni sida campagne", e imaginem que estão numa extensão do relier à Paris.

Bien à vous,
Fil

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

400 METROS!

Pergunto-me eu onde é que as crianças vão buscar a força e a motivação para desempenharem determinada tarefa. Assim, não poderia deixar passar o dia e a oportunidade, para vos dar, neste meio de bytes, cabos de fibra de optica e de "chips" sofisticados, a noticia do dia: o meu sobrinho, ainda com 6 anos, nadou (e sem parar!) 400m, e tem o diploma que o comprova:



Ainda me recordo do dia em que teve o diploma dos 25 metros, dos 50, dos 100 e dos 200. De acordo com a sua progenitora, tera chegado à piscina e dito qualquer coisa como "hoje vou nadar 400m". Meu dito, meu feito! Pois que aquele metro e vinte de gente, cumpriu o seu objectivo em perto de meia hora. Pois, meus caros amigos, pergunto-vos: quantos de vocês conseguem, na realidade, manter-se em actividade natatoria dentro de agua sem pôr o pezinho no chão da piscina? (esta questão é de retorica e, como tal, escusam de responder...)
Claro esta que a irmã do campeão segue-lhe as mesmas pisadas e, ja com 4 anos, teve o seu diploma de 25 metros.

O dia correu de forma "regular", sem novidades. Fui trabalhar, sai do trabalho, vim para casa no metro, não sem antes passar pelo Monoprix para comprar a ceia.

Assim, se não fosse o meu sobrinho, não haveriam novidades e, sem novidades, não haveria blogue. Parabéns ao jovem!

Bien à vous,
Fil

domingo, 14 de dezembro de 2008

Sem titulo 1

Minhas senhoras e meus senhores: VOLTEI!
14 dias de pura companhia, 14 dias de frio, e alguns dias de desespero foi o que preconizou estas minhas 2 ultimas semanas. Mas so a companhia dos amigos tornou o "fardo" do trabalho menos pesado e, assim, os problemas foram sendo "aligeirados"!

Posso, neste momento, contar tanta coisa que nem sei por onde começar. Contudo, é certo que não voltarei a tocar numa so palavra de trabalho, hospital ou de "gentes" do hospital até ao final do post, até porque a jornada laboral continuou durante o fim-de-semana e so terminou hoje, para recomeçar, de novo, amanhã...

Dia 10 de Dezembro foi dia de "saidas" e de "entradas" ca em casa. Saiu o mano e a sua cara-metade, e entrou a homonima da minha sobrinha. Ë impressionante como as pessoas podem trazer cor às nossas vidas, e tal aconteceu, felizmente, com as pessoas que recentemente por ca passaram. Motivam-nos, dão-nos o ombro (ou os dois), obrigam-nos a sair de casa e a levam-nos para a "la movida". Nunca havia conhecido tantos bares em Paris como nestes ultimos dias!
5a feira, juntou-se a nos um outro amigo, que estava em Paris pela 1a vez, e num congresso. Assim, deu "um tiro" ao jantar oficial do mesmo, e veio jantar connosco a um Bistrot simpatico na Bastilha. Foi giro, esteve-se bem, e o jantar estava optimo.
6a feira chegou a outra peça do galheteiro. Com pena minha, e motivado por aquela-coisa-que-eu-disse-que-não-voltaria-a-falar-no-resto-do-post, não as pude acompanhar em toda a sua jornada, mas foi certo que, ao final do dia, o galheteiro estava completo, e pronto para levar à mesa!
Claro esta que, nos ultimos dias, a "hora da caminha" correspondeu, quase, à hora do despertador, pelo que, a tarde de hoje, foi aproveitada para pôr o sono em dia.
Fomos jantar, na 6a feira, a um restaurante Georgiano perto da église de St Eustache. Excelente! Merece referência e uma boa qualificação no Guia das Estrelas Morfes do Nery. Não escreverei hoje sobre o tema, pois não sei o nome do restaurante. Mas mal o saiba...

Hoje à noite, e ja sem a companhia à qual ja estava habituado, resolvi fazer algo que ja estava para fazer ha muito: fotografar Paris, à noite, vestido para a consoada de Natal...


Fotografia 1 - Vista da Torre Eiffel a partir da Place de la Concorde. Neste momento e, atendendo ao frio, esta um bocado cianosada. Pode ser que, vindo o calor, fique com outras cores...


Fotografia 2 - O "Paris eye". Ë uma réplica do "London's eye" e fica, também, na Place de La Concorde, sendo montado de proposito para esta altura do ano.


Fotografia 3 - A Av. des Champs Elysées. Estä linda e, como podem ver, cheia de trânsito. Se tiver tempo, ainda que seja no inicio do proximo ano, voltarei ao mesmo local, mais tarde, para tirar nova fotografia e, se possivel, com menos carros...


Fotografia 4 - Notre-Dame e o seu sapin de Noël.


Fotografia 5 - Casario da margem esquerda do Sena (fotografia tirada na Pont Neuf). Não resisti. Quando olhei para a fotografia vi aquilo que quase me pareceu ser o nosso Porto...

Uma boa semana a todos,
bien à vous,
Fil

PS: Hoje resolvi, e à semelhança dos grandes mestres das artes, dar o titulo ao blogue "Sem titulo 1". Pode ser que venha a ser o 1° de varios...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sem palavras...

Cheguei a casa, pousei a pasta, liguei o computador, dirigi-me à casa de banho, voltei da mesma, digitei a palavra-passe sobre este teclado construido pelos connards dos franceses, abri o blogue e aqui estou eu para vos dizer:
desesperado, enfadado, desmotivado, cansado, débordé, enfim..., e tudo o mais que me vai na alma e que ja me falta vocabulario português para me expressar devidamente.
Mais um dia se passou e, sobretudo, menos um dia que falta para voltar à minha rotina portuguesa e ao Hospital Sto Antonio.
Meus caros, tirando a hora do almoço e quando me vinham pedir alguma coisa, NÃO VI UM ESPECIALISTA no meu serviço! Hoje, os beaujonenses, os pobres-coitados dos cirroticos, os mal-amados dos doentes que, infelizmente, padecem de maus figados, viram-se a braços com o médico Tuga que vai dando o ar da sua graça. Inadmissivel, incompreensivel, enfim...
Não tenho, de facto, palavras para descrever os meus sentimentos do dia de hoje. Por isso, fico-me por aqui, esperando que amanhã seja um dia melhor.

Bien à vous,
Fil

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Curto... muito curto...



"Après avoir entendu le roi, ils partirent. Et voici, l'étoile qu'ils avaient vue à l'Orient marcha devant eux jusq'à ce qu'arrivée au-dessus du lieu où se trouvait l'enfant, elle s'arrêta. Quand ils aperçurent l'étoile, ils furent saisis d'une grande joie; ils entrèrent dans la maison et trouvèrent l'enfant avec Marie, sa mère. Ils se prosternèrent et l'adorèrent, puis ils ouvrirent leurs trésors et lui offrirent de l'or, de l'encens et de la myrrhe".

Eis um pequeno excerto do Oratorio de Noël de Jean Sébastien Bach que vi anteontem, e que achei por bem aqui colocar pela beleza do gesto. Não do meu, claro esta, mas dos reis magos, ja que personifica o que o Natal, na realidade, deve ser.

As novidades de hoje são praticamente nulas, resultado de mais um dia de trabalho, perfeitamente igual aos outros.

Bien à vous,
Fil

domingo, 7 de dezembro de 2008

4, 5 e 6... Em suma!

Caros leitores, amigos... Escrevo-vos com o barulho da maquina de lavar e com um borburinho espanhol que é dificil de desvendar a uma distância de apenas 7-8 metros, sinal de que estou acompanhado por bons amigos. Os ultimos dias foram dedicados à ciência, ao culto da magia do Natal, ao passeio e à cultura. Como resumir, com a minha ja conhecida falta de capacidade de sintese, as minhas ultimas 72 horas?

Dia 4.12.2008 - 17 horas (environ)
Apos 1 hora e 20 minutos de viagem de avião, eis-me chegado a Hamburgo. Cidade dificil de descrever, dada a escuridão que esta altura do ano teima em trazer a uma hora ainda tão "après-midi", mas engalanada para o Natal, isso é certo, desde a saida do aeroporto até à chegada ao Hotel, no centro da cidade, entre dois dos varios canais que a banham. Decoração de Natal simples e sobria, quase "rigida", a traduzir a alma daquele povo, e que so se mostrou diferente no mercado de Natal que mais adiante vos descreverei. O hotel... que dizer do hotel: 5 estrelas! Desde o quarto (um conforto), passando pelos espaços comuns, o pequeno almoço, o spa... Deste ultimo, aproveitei a piscina, e uns 10 minutos de sauna. Não foi nada mau ja que, não nos podemos esquecer, o objectivo principal da minha ida a Halburgo era: ciência, ciência e ciência!


Imagem 1 - Quarto do Hotel


Imagem 2 - A piscina do Spa

Ainda no 1° dia de Hamburgo, aproveitei a noite para dar um passeio pelo centro, perto do Hotel. Deparei-me, ai, com o mercado de Natal mais bonito que tive alguma vez na minha vida oportunidade de visitar (não que tivesse ido a muitos mercados de Natal...). As luzes, o frio e a neve que caïa, misturada com uma chuva miudinha, os cânticos de Natal e as pessoas que por ali se amontoavam; as varias bancas que não eram mais do que postos de venda de artigos de artesanato, velas, bolas de Natal, goluseimas, e os pequenos bares e tasquinhas (que vendiam os enchidos, o vinho quente e os crepes) completavam o quadro. Comi o melhor crepe de sempre, quentinho, com banana e chocolate. Bem sei que este meu sentimento deve estar sobrevalorizado dado o contexto e o espirito natalicios, mas que soube bem, soube...


Imagem 3 - Mercado de Natal Hamburgo

Dia 5.12.2008
Este dia foi dedicado, quase na sua totalidade, à ciência. Muita palestra sobre figado e investigação de ciência basica. Não foi facil... Muita molecula, muita experiência com ratinhos, muitos modelos animais para investigação, enfim... No final, e com pena minha, com pouca praticabilidade, de momento, no dia-a-dia de quem exerce medicina e não trabalha em laboratorio. Contudo foi, sem duvida, o melhor congresso a que fui em termos de organização (suiça e não alemã). La afixei o meu poster, recebi a bolsa que me deram, aguardei pelas questões (que foram inexistentes) e... pronto! Trabalho concluido.


Imagem 4 - Poster

Contudo, o dia não foi so isto... Ä noite, esperava-me o jantar oficial do congresso. Um jantar volante, com muita gente, mas sem portugueses (alias, dos 4 que supostamente la deviamos estar, so vi 2 e... por pouco tempo!). Assim, cheguei-me a uma mesa, perguntei se podia ficar por la, e rapidamente se seguiu a conversa, e bem agradavel por sinal. O grupo era constituido por italianos e italianas (uma delas a trabalhar em Berna) e um Sirio, cirurgião, que fez os seus estudos em Italia e que trabalha, actualmente no King's college em Londres. Depois do jantar, acabamos por sair do hotel e aproveitar a noite sem chuva para nos passearmos um pouco. Julgando nos que iriamos parar a um sitio com um bocado mais de animação, resolvemos apanhar o metro e sair 5 paragens à frente. Ai, meus caros, é que foi a verdadeira apresentação daquele povo germanico, autoritario e com a mania do poder. Ä saida do metro, estava um cordão policial que nos pediu os bilhetes. Eis a surpresa da noite, dita por um deles, no seu alemão mais perfeito (imaginem as seguintes palavras bem arranhadas, com muitos "Rs" à mistura): "Estes bilhetes não são validos para a viagem que fizeram. Deveriam ter comprado um bilhete de 1.65E e não de 1.35E. Assim, vão ter de pagar uma multa de 15E." COMO?!?!?! Dissemos nos em unissono face a tamanha ideotice! O facto, e passo a explicar, é que os bilhetes do metro so podem ser adquiridos, pelo menos na estação de onde partimos, numa maquina que, gentilmente, nos da a possibilidade de efectuarmos a compra em Ingles, mas num Inglês completamente "arranhado", que é como quem diz, à Alemão! Contudo, não nos explica qual o bilhete que devemos comprar de acordo com a zona para onde vamos, pelo que, como bons sul-europeus, resolvemos comprar o 1° que aparecia no monitor. Estivemos uns bons 10 minutos a discutir com os Alemães, a dizer que nem em Portugal, nem em Italia e, para ficarem com verdadeira pena de nos, nem em Paris, nem em Londres, tal aconteceria, pois as coisas estão devidamente explicadas. Bom, apos termos desperdiçado umas boas palavras germânicas e latinas, la pagamos os 15E, o que significa que o estado arrecadou, naquele curto espaço de tempo, com os estrangeiros, 95E! Nada mau! E ainda nos queixamos de Portugal? Viva nos!

Dia 6.12.2008
Em suma... Congresso, almoço, congresso, taxi, avião, comboio, metro e... Aiii! São 20:30 e é a hora do Oratorio de Noel na Eglise de St Eustache. Gostei muito, apesar do som não ter sido o mehor. Deixo-vos, aqui, 11 segundos de filme.



Amanhã espero escrever mais umas palavras neste meu diario.
Bien à vous, Fil

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Faculdade de Medicina em... Paris!

Caros leitores, como poderia eu deixar de passar um dia tão importante da minha vida como este em que me voltei a tornar estudante?
Pois é, estou oficialmente inscrito na Faculdade de Medicina de Pierre e Marie Curie em Paris. Chique, heim? E, para fazer prova, aqui vos deixo o meu cartão de estudante.



Garanto-vos, meus caros, que vou espremer estes franceses até ao tutano, que é como quem diz, hei-de tirar, deste cartão, a sua total rentabilidade, e visitar museus e aproveitar os descontos a que um estudante tem direito. Mesmo no nosso IRS hei-de aproveitar a deixa, e o meu super-computador, assim como livros e afins que até à data não me eram permitidos incorporar na minha declaração de imposto, hão-de ser declarados e, de alguma forma, reembolsados. Claro que tudo isto é um pouco fantasioso, mas porque não fazermos proveito daquilo que nos pode dar algum lucro? Ao fim e ao cabo, bem feitas as contas, somos sempre nos que ficamos a perder... seja na taxa Euribor (que, apesar de ter descido, e muito, ainda fez com que, este mês, tivesse pago mais qualquer coisa como 40 euros na prestação mensal da minha casa de Portugal), seja nos impostos, nos descontos para a caixa geral de aposentações (sera que o dinheiro que agora desconto me vai valer de alguma coisa no futuro?), ...
Bom, aquilo que interessa é que o problema esta resolvido. Contudo, desengane-se quem pense que o processo foi facil. Alias, se estiveram atentos aos varios "posts" do blogue, tiveram a oportunidade de constatar que o termo "facilidade" nunca foi um termo que estes connards dos franceses gostassem de utilizar. Assim, e apesar de ter os documentos necessarios à efectivação da inscrição, mais um problema se colocou aquando do pagamento da mesma. Uma colega, que se inscreveu ha pouco tempo disse-me que podia pagar com o cartão bacario e eu, fiado nesse facto concreto, e pela facilidade inerente ao acto de "sacar" da carteira o cartão, faze-lo passar pela maquina e assim ter o problema resolvido, achei que seria a melhor forma de pagamento. Eis que, quando se aproximou a hora do pagamento eu, no meu melhor, propus o pagamento com o cartão multibanco desta terra, o que me foi recusado porque... a pessoa que esta autorizada a fazer os pagamentos com cartão bancario não estava a trabalhar (ca nesta terra, quando um francês esta de férias, não ha ninguém capaz de o substituir). Assim, a unica forma de pagamento possivel era mesmo o... cheque! Nem dinheiro "vivo" aceitavam. Contudo, havia deixado os cheques em casa. Assim, a solução passou por ir até ao posto dos correios, fazer uma espécie de vale, e voltar à faculdade para proceder a pagamento e, assim, concluir o processo de inscrição. Por Deus! Em que terra é que uma secretaria onde lidam com "dinheiros" não aceita outra forma de pagamento que não o cheque? E ainda dizem que Portugal é terceiro mundo... Primeiro, meus caros leitores, primeirissimo!!!
Bom, devo-vos informar, também, que nos proximos dias estarei, provavelmente (digo eu), incapacitado para escrever, dada a minha viagem, amanhã, até Hamburgo, onde estarei até sabado, num congresso sobre doenças hepaticas e auto-imunidade. Contudo, e caso o dito hotel o permita, tentarei deixar um ou outro "post" para me exercitar o neuronio e para vos encher a alma.

Bien à vous,
até ao meu regresso,
Fil